Meldels! A segundona começou forte e fria! Então, vamos esquentar o início da semana falando de cachaça – e de comida, claro (ah, esse gordinho rebelde que mora dentro do meu coração… e do meu abdômen!). A cachaça Fulô lançou o prêmio Eu Amo Caipirinha, com 20 bares de São Paulo concorrendo com três receitas. Uma para cada tipo de cachaça, envelhecida em barris de carvalho (mais tradicional), de jequitibá (mais verde, adocicada) e de ipê (mais seca, a minha preferida, aliás). Dez deles (Astor, Bar da Dida, Bar da Vila, Eu Tu Eles, Filial, Mercearia do Conde, Número, Obá, Totó Ristorante & Bar e Veloso) serão julgados por um júri especializado.
Na última quarta participei de uma degustação das Fulôs no restaurante Mocotó, acompanhada pelos petiscos do chef Rodrigo Oliveira, o “escondidão” da Vila Medeiros. Aliás, Rodrigo aproveitou o ensejo (pronto, agora só posso usar essa palavra daqui a oito meses) para mostrar seu novo espaço no restaurante, o Engenho Mocotó.
É um salão com duas mesas grandes, 24 lugares e um cozinha equipada para eventos, aulas, palestras, reuniões. A decoração é bem diferente do estilo roots do restaurante, mas também muito charmosa. “Não é um espaço comercial”, disse o chef. “Nem mesmo quando há fila de espera grande no restaurante”. Aaaah… Mas tá certo! Como diz minha mãe, “uma coisa é um coisa; outra coisa é outra coisa”.
Bom, uma coisa mesmo foram as delícias que Rodrigão mandou pra gente. Desde as entradinhas, como as castanhas de caju temperadas (os ingredientes são “segredinho”), um saborisíssimo caldinho de feijão-de-corda e o clássico pote de torresminho crocante.
Depois veio um dos meus petiscos favoritos da cidade, os dadinhos de tapioca e queijo-de-coalho, com geléia de pimenta, sevidos com a Nega Fulô (envelhecida em carvalho). Na hora até fechei os olhos.
Ok, menos drama. Seguiu-se um clássico da casa, o mini-escondidinho de carne-seca (que chamei de cupcake pernambucano) com a Fulô Jequitibá, e a linguiça artesanal de pernil, preparada na cachaça, com cebola roxa e pimenta biquinho, acompanhada de farofinha de milho e Fulô Ipê.
Pensa que parou aí? “Agora falta uma comida de substância mesmo, um arrozinho, pra encher a barriga”, disse o chef, com um sorrisinho. A travessura era um arroz de cabrito, com jerimum e castanhas torradas, que Rodrigo preparou na hora, ali na frente do povo. Cada um se serviu no panelão e comeu o prato tomando a caipirinha de três limões, adoçada com açúcar de baunilha, preparada pelo craque Leandro Batista.
Pense numa pessoa lotada. Era eu. Porém, mesmo sendo um evento noturno, a comida não pesou. Aliás, nem a bebida: a cachaça desceu redondinha e não bateu nem sombra de ressaca. Agora vamos ver o que os outros barmen vão aprontar até dia 30 de junho, quando acaba a apuração.
Mocotó – Av. Nossa Senhora do Loreto, 1100, Vila Medeiros, tel. (11) 2951-3056, www.mocoto.com.br