Adoro comida japonesa depois da academia. É um jeito de comer algo de que realmente gosto e sem culpa após o sacrifício de correr em esteira e puxar ferro como se fosse algo natural e prazeroso. Enfim, sábado (sim, a situação está grave e estou malhando também aos sábados, antes de ser chamado de Shamu pelas ruas) liguei para meu amigo Marcelo Katsuki e em 10 minutos o convenci a bater perna na Liberdade e almoçar por ali. Acabamos indo ao Ban, restaurante aberto em setembro pelo casal que é dono do Izakaya Issa – um dá fundos para o outro. Como eles têm menu de almoço, com teishokus de vários tipos, lá fomos eu e Kats nos entupir de proteínas do bem.
O lugar é relativamente simples, bem novinho ainda, mas sem arroubos decorativos – o andar superior, me disseram depois, ficam as ozashiki, salas de tatame. Quem comanda a cozinha é o jáponês Masonobu Haraguchi, marido da simpática dona Margarida, que fica á frente do Issa. Os pratos não são baratinhos, mas nada de esfolar carteiras. No almoço, há a vantagem dos teishokus, espécie de menu executivo japonês. Todos vêm com arroz gohan, tsukemono (conservas de pepino e outros legumes), missoshiru e uma porção de frutas picadas – no caso, era melão. Além, é claro, do ingrediente principal do prato: a proteína.

Kats foi de filé de frango à milanesa, enorme, lindo, fritura sequinha, o empanado crocante e a carne tenra. Custa R$ 27!
Eu fui num dos mais caros, o de sashimi (R$ 45). Mas veja que maravilha: fatias perfeitamente cortadas de vários peixes (ente eles atum e pargo), além de lula – e todos os acompanhamentos acima. Achei bem interessante o custo-benefício.
É claro que não paramos por aí. Ainda rolou um incrível sushi de sardinha, o peixe na espessura perfeita, deitado sobre a porção de arroz na temperatura correta (nada daquelas bolotas geladas), acompanhado de fatias macias de gengibre tingido de vermelho. Uma beleza!
Também provei um linguado em tiras, com molho misso e gergelim branco, que engoli em duas bocadas. Obviamente eu não resisti a uma friturinha: rachei uma porção de tempurá de legumes com o Kats. Outra alegria: nada daquela massa espessa e pesada; os legumes vieram envoltos em uma casquinha levíssima, que sumia na boca, deixando pra trás apenas a textura crocante e vontade de comer mais.
Até a sobremesa me surpreendeu: uma espécie de pudim à base de shirozake, o saquê branco e leitoso, com meio pêssego por cima. Jamais vou lembrar o nome do doce, mas soube que era uma homenagem aos Dia das mMninas, o Hinamatsuri, que se comemora no Japão em 3 de março. Resultado: saímos andando pela Liba pra ver se acelerava um pouco a digestão e queimava um tantinho daquela comilança toda. Isso porque eu queria almoçar “sem culpa”. #oiseuyoshi

A Liberdade nunca falha: sempre saio de lá contente e super bem alimentado. E com algumas comprinhas, claro
Enfim, não sei das meninas, mas para mim aquele foi um dia muito feliz.
Ban – Rua Thomaz Gonzaga, 20, Liberdade, tel. (11) 3341-7748.