E por falar em bacon, porco e que tais, semana passada comi uma das melhores iguarias suínas da minha ainda curta vida (ouvi risadas aí, seu Marcelo Katsuki?). Enfim, fui ao premiado restaurante Epice comer o premiado prato de barriga de porco do chef Alberto Landgraf. Na verdade, pouco importam os prêmios, o que vale mesmo é o que vem no prato e vou dizer que fui uma pessoa muito feliz devorando o que chegou à mesa naquela noite. O quadrado da barriga suína (R$ 43,90), perfeitamente preparada, com casquinha crocante e interior macio, a gordura bem derretida, mesclando-se com a carne tenra do porquinho. Tudo isso em cima de uma porção cremosa de grão de bico, chorizo, páprica e azeite de chorizo. Apaixonei, confesso, e fui muito feliz por duas horas.
UPDATE: Voltei ao Epice ontem, quase três meses depois da primeira visita (18 de junho), e vi que, infelizmente, o menu sofreu mudanças que alteram minha percepção da casa. Agora, os pratos principais custam no mínimo R$ 70 – e daí bem pra cima. A barriga de porco (R$ 43,50) que abre esse post, prato premiado e espécie de assinatura do chef, saiu do cardápio. O próprio maître comentou que eu era a 10ª pessoa que se queixava da ausência da barriga de porco. A receita deu lugar a uma paleta de leitão de R$ 71. Trata-se de um pequeno retângulo de porco, de uns 7 cm de comprimento, com uma lasanha do mesmo tamanho e três cubos de 1,5 cm de abóbora japonesa. E só. Aliás, as porções dos outros pratos pedidos na mesa também pareciam de degustação – mas custavam R$ 79. Pratos de ótima qualidade, inventivos e bem acabados – mas pequenos e muito caros. A ótima relação custo-benefício do Epice desapareceu. Assim, pra mim ele deixou de ser um dos melhores da cidade. É apenas mais um bom restaurante – com preços exagerados.

Tudo de abóbora na minha entrada: nhoque, sauté e creme. Mais shimeji, avelãs e gelatina de parmesão
Antes de continuar, um comentário: gostei muito do menu enxuto do Epice. Não que eu não curta ter várias opções, mas cardápios muito extensos têm me dado uma certa preguiça. Ali não: são sete entradas e nove pratos principais. E um couvert delicioso (R$ 10), com pãezinhos caseiros (brioche, pão de bacon, de semolina), azeite, manteiga e flor de sal. Minha entrada foi campeã: abóbora (R$ 21) em três preparos (nhoque de abóbora, abóbora sauté e creme de abóbora), com shimeji, avelãs e uma surpreendente gelatina de parmesão.
As sobremesas também surpreendem: desconstruídas, espalhadas, nada óbvias. Como a pera sauté (R$ 18), com pain d’epices (pão de especiarias), mousse de chocolate e sorbet de pera – com um charmoso chip da fruta espetado. Landgraf faz uma cozinha caprichada sem ser presunçosa, criativa sem ser presepeira e cativante sem ser óbvia – e com preço justo. Aliás, dica preciosa: de terça a sexta, o Epice tem menu executivo que inclui couvert, entrada (de verdade, não “saladinha”), prato principal e sobremesa (de verdade, não “frutas da estação”), além de água, por R$ 45. Isso é muito legal: um restaurante com ambiente bonito, no coração dos Jardins, comandado por um chef talentoso, serviço competente e ótimo custo-benefício, inclusive no jantar. Pra mim, é um dos melhores de São Paulo. Entregue-se. E seja feliz.
UPDATE: Voltei ao Epice ontem, quase três meses depois da primeira visita (18 de junho), e vi que, infelizmente, o menu sofreu mudanças que alteram minha percepção da casa. Agora, os pratos principais custam no mínimo R$ 70 – e daí bem pra cima. A barriga de porco (R$ 43,50) que abre esse post, prato premiado e espécie de assinatura do chef, saiu do cardápio. O próprio maître comentou que eu era a 10ª pessoa que se queixava da ausência da barriga de porco. A receita deu lugar a uma paleta de leitão de R$ 71. Trata-se de um pequeno retângulo de porco, de uns 7 cm de comprimento, com uma lasanha do mesmo tamanho e três cubos de 1,5 cm de abóbora japonesa. E só. Aliás, as porções dos outros pratos pedidos na mesa também pareciam de degustação – mas custavam R$ 79. Pratos de ótima qualidade, inventivos e bem acabados – mas pequenos e muito caros. A ótima relação custo-benefício do Epice desapareceu. Assim, pra mim ele deixou de ser um dos melhores da cidade. É apenas mais um bom restaurante – com preços exagerados.
Epice – Rua Rua Haddock Lobo, 1002, Jardins, tel. (11) 3062-0866, www.epicerestaurante.com.br
O menu executivo é um estouro e a água, mesmo a gasosa, é cortesia da casa. Fim.
Vamos almoçar lá qualquer dia, Beta, sua linda?
tudo delicioso!!! melhor de sp!
Affff que delícia de matéria, deu água na boca! beijos!
Mas também voltei lá e tomei um susto com os preços! Mais um extorsivo de SP. Também fiquei saudosa da barriga de porco. A Paleta estava ótima, mas a mini lasanha que acompanhava, sem gosto…
Adoro quem reclama nesse país… pois o brasileiro tem um péssimo hábito de povo colonizado de aguentar calado qualquer porcaria que lhe fazem goela a baixo…
os prestadores de serviço fazem o que querem.. e é esse desrespeito todo porque como consumidores temos uma vida para aprender a impor nossos direitos..
Há uns anos atrás aconteceu a mesma coisa na Deli Paris na Vila Madá… de um dia pro outro o croissant virou … meio croisssant e o preço dobrou..
ta bom a gente fala… ta errado a gente da bafo… rsrs.. apoiado!!!!!!!!!!
Essa barriga parece ótima pena nao ter mais… Não há outro lugar que sirva algo parecido???
No Vito, do André Mifano, em Pinheiro tem.
Trabalho na Haddock e realmente foi uma pena que mudaram o cardápio do Epice, pois eu adorava a barriga de porco. Acabei trocando o Epice pela Figueira Rubaiyat (http://www.locamob.com.br/a-figueira-rubaiyat/details). Lá ocardápio é váriado, mantendo a qualidade tanto nos peixes quanto nas carnes, e as sobremesas são espetaculares.