Assim que eu soube da abertura do Myk marquei um jantar ali com um amigo. Gosto muito do ponto (onde ficava o Pasta & Vino, fechado de vez, Deus o tenha) e acho louvável quando uma casa foca em uma culinária menos óbvia na cidade – no caso, a grega. Mas a experiência de comer no Myk foi menos empolgante do que a ideia. A casa realmente acabara de abrir – ainda cheirava cal na noite em que visitei. O ambiente tem pegada de “balada”, com música eletrônica, um belo bar e clientela “descolada”. A comida, infelizmente, não segue essa toada toda “up”.
Comida grega, mas sem os clássicos mais conhecidos. Nada de moussaka, nem bureka ou fasolada. Sim, tem pernil de cordeiro, um pão pita aqui, um queijo feta ali. Mas também tem bolinho de arroz, tagliata, capelletti in brodo e até uma torta de maçã com sorvete de creme. Um menu inspirado na culinária mediterrânea, com cenário grego. Pedi de entrada um curioso suflê de queijo feta. Fui informado de que demoraria no mínimo 20 minutos pra ficar pronto. Então, por que está nas entradas? Ok, fui de carpaccio de polvo (R$ 30), bem temperado, mas um pouco seco, acompanhado de um pequeno pão pita torrado, a ser dividido. Gostei mais da tosta de queijo de cabra, presunto cru, figo e mel (R$ 15), na verdade uma brusqueta bem executada.
Nos pratos principais, pedimos ambos peixe branco (presente em três dos sete itens da seção “do mar”). O meu era pescada com crosta de figo seco e azeitonas, acompanhado de purê de batata e alho suave (R$ 43). O menu não dizia, mas o prato tem outro acompanhamento: um lago de azeite ao redor do purê, em quantidade suficiente pra lubrificar até o motor um navio da frota de Onassis. OK, exageros à parte, era muito azeite, o que deixou o prato enjoativo, desequilibrado. Comentei com a garçonete e ela me informou: “O senhor não sabe, mas a cozinha mediterrânea usa muito azeite mesmo”. Então, tá! Claro que dei azar e descobri dois espinhos titânicos no meu peixe. O cozimento estava bom, mas os figos, doces demais. Já pode quebrar o prato? Ah, não é esse tipo de grego…
Meu amigo deu mais sorte. Sua pescada estava bonita e sem espinhos. Os acompanhamentos eram uma panquequinha de zucchini (gostosa, mas realmente pequena) e um vinagrete de grão de bico e pimentões assados, bem saborosa mesmo. Os grãos de bicos, porém, estavam um pouco duros e decepcionaram. O prato custa R$ 40.
A sobremesa foi dividida: pannacotta de água de rosas com calda de framboesa (R$ 14). Não fui feliz: o pudim tinha excesso de gelatina (o que prejudicou a cremosidade) e sabor um pouco enjoativo (mas isso é de gosto pessoal). E a “calda” ao redor era praticamente uma geleia, espessa, exagerada, que sequestrou toda a sutileza da sobremesa.
A prestativa garçonete (ela era realmente assertiva; tirando o lance do azeite, ela foi muito correta) me informou que a chef da casa, Mariana Camargo Fonseca, morou cinco anos na Grécia, onde aprendeu as receitas e a essência da cozinha mediterrânea. Só por causa dessa postura aguerrida da chef, fiquei com vontade de voltar ao Myk. Porém daqui a uns dois meses, quando tudo estiver mais ajustado. Inclusive o tal azeite.
Myk – Rua Peixoto Gomide, 1972, Jardins, tel: (11) 2548-5391
caro amiga,sua paladar deve ter problema.moro no brasil a 5 meses e fiquei muito feliz de poder comer comida grega em sao paulo, ja voltei 4 vezes ,e a comida esta superba .lukomades ine helenika ……….. yanula onapoulous
Crianças,
Sou vizinha do MYK, frequento toda semana. Uma vez por semana pelo menos almoço ou janto lá com meu marido. No começo o serviço estava meio confuso mas a comida sempre deliciosa. Carinho e Beijos. Elvira