Um dos nomes mais emblemáticos da gastronomia paulistana, o restaurateur Rogério Fasano (dos restaurantes Gero, Nonno Ruggero, Fasano e hotel homônimo) abriu hoje uma nova casa do grupo, a Trattoria Fasano. Se o primeiro almoço do restaurante for um vaticínio, o futuro da Trattoria está garantido. Às 13h dessa quinta-feira quente, todas as mesas do amplo e elegante salão, projetado por Isay Weinfeld, já estavam ocupadas – em sua grande maioria por engravatados animados entre 25 e 45 anos. Mas e o que mais importa, a comida? A proposta é trazer à mesa receitas o mais autênticas possível do sul da Itália, pratos tradicionais de cantina – ou da cozinha da nonna. Os preços? Mais em conta do que em qualquer outra casa da família Fasano, com pratos principais a partir de R$ 55 (caso do espaguete alla chitarra com tomate, manjericão e lascas de parmesão).
O cardápio foi elaborado pelo próprio Rogério e pelo chef italiano Luca Gozzani, que comanda a cozinha do Fasano, e tem forte destaque no setor de massas. Provei, por exemplo, o excelente bucatini cacio e pepe (R$ 64), com um cremoso molho de queijo pecorino e pimenta do reino moída, e fui feliz. Mas quase peço a lasanha verde à bolonhesa (R$ 60) – porque pra mim a lasanha do Gero é a melhor da cidade e eu queria checar se a da nova casa fazia jus à tradição. Ficou pra outra visita. Leia abaixo os outros pratos do meu farto almoço na Trattoria.
A entrada que não poderia faltar: berinjela à parmegiana (R$ 39), receita autenticamente italiana (a versão com filé foi criada aqui, com os imigrantes que vieram da Itália). Antes, nao deixe de provar o super macio pão com linguiça do couvert.
Parece receita da minha nonna romana: torta de batata com tomate, atum, alcaparra e azeitona (R$ 37). Ela só nao colocava a alcaparra. E nem o atum, às vezes (era sardinha mesmo). Pura comfort food.
O nome dessa gostosa e leve entrada é um curioso chiste: trata-se dos gnudi de ricota e espinafre na manteida e sálvia com parmesão (R$ 35). É como se fosse uma massa recheada, sem a massa, “pelados”(ou “gnudi”, em italiano). E vêm vários no prato (esse era só porção de degustação).
Clássico dos clássicos de cantina: polpetone al forno (R$ 69), com molho de tomate e manjericão, acompanhado de uma simpática panelinha de batatas ao forno com alecrim e sálvia. Aqui, um diferencial importante: o polpetone nao é empanado e frito, mas assado no forno, o que torna a receita mais leve, suculenta.
A Trattoria recupera outra tradição, o carrinho de sobremesas. Uma covardia, na verdade, pois fico perdido com essas coisas. Acabei provando cinco: a pastiera napolitana (R$ 25), com grãos e perfume de laranja, a torta de limao com merengue (R$ 27), os clássicos baba ao rum (R$ 27, acima) tiramisú (R$ 32, na foto abaixo), e a torta della nonna (R$ 25), uma feliz combinação de creme patissiere e raspas de limão siciliano.
Ainda fiquei me devendo o espaguete à carbonara (R$ 61) da casa e o cordeiro ao forno com cebola (R$ 84), itens que piscaram pra mim, mas perderam a concorrência nesse primeiro contato. Aliás, quero almoçar ali novamente e depois dar uma voltinha no boulevard atrás do restaurante, onde está a Casa Bandeirista. Acho simpático unir um dos pilares da gastronomia dessa cidade (a cozinha italiana) a uma autêntica relíquia da história paulistana.
Trattoria Fasano – Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.477 (edifício Pátio Malzoni), com entrada na esquina das ruas Joaquim Floriano e Iguatemi, Itaim, tel. (11) 3167-3322.
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É muito bom
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